terça-feira, 8 de agosto de 2017

FILOSOFIA PARA PROVA: A BUSCA PELA COMPREENSÃO DA ARTE

CAPÍTULO 1: A BUSCA PELA COMPREENSÃO DA ARTE

      Como, aparentemente, nada diferencia uma obra de arte daquilo que não a é, alguns filósofos concluíram que, simplesmente, arte é algo que não se pode definir. Um desses foi o austríaco Ludwig Joseph Wittgenstein, 1889, Viena. Sua teoria está descrita no livro “Investigações filosóficas”.
MARTIN HEIDEGGER (1889-1976)
      [...] mas como ter certeza de que são mesmo obra de arte que submetemos a tal contemplação se não sabemos de antemão o que é a própria arte?
      De acordo com Heidegger “O ser existe a partir do momento que está aberto a compreensão”.
LUDWING J. J. WITTGENSTEIN (1889-1951)
      Arte simplesmente não se pode definir.
      Saber o que é arte não é aprender uma essência que existe em todas as obras de arte, mas ser capaz de reconhecer, descrever e explicar aquelas coisas a que chamamos “arte” em virtude de certas similaridades entre si, ou seja, de “um ar de família”.
FILÓSOFO FRANCÊS ALAIN (1868-1951)
Todas as artes assemelham-se a espelhos nos quais o homem conhece e reconhece algo de si mesmo que antes desconhecia.
ALAIN, (Émile Chartier). SystemedesBeaux-Arts. Paris: Gallimard, CollectionIdées, n. 37. 1963.
PLATÃO: SOMENTE A IDEIA DE BELO É REAL
      Os seus comentários sobre arte influenciaram a compreensão do assunto no Ocidente;
      Se inspirou em Sócrates, que foi seu instrutor, discípulo;
      Dizer: “Isso é belo” não significa dizer que “é arte”!
      As atividades humanas devem ser avaliadas pela sua utilidade, de acordo com a sua função.
Belo
x
Arte
Platão desconfiava do caráter imitativo das expressões de arte.
      Platão foi o primeiro a levar em conta que a arte provoca reações no público e que tais reações não podem ser consideradas ou deixadas de lado.
Imitação é perigosa segundo Platão
1º motivo:
      Pode torna-se um hábito e o artista querer imitar tudo;
      Afasta-nos do mundo das ideias e conduz as emoções momentâneas, que enfraquece o caráter.
2º motivo:
      está relacionado ao sensível, aos sentidos, a sensualidade, as emoções e ao afeto. O público julga a arte não pelo que é bom e verdadeiro mas pelo prazer que ele causa. [...] o gosto e o prazer não são conceitos confiáveis.
Platão defendia....
      Nada pode ser considerado belo se não for verdadeiro e bom;
      Nada bom e belo pode existir se não for verdadeiro;
      Nada é belo e verdadeiro se não for bom.
      A beleza deve obedecer aos princípios da moral e da filosofia.
      Deve ser moral e fisicamente belo;
      A arte deve estar a serviço da formação do indivíduo, em especial, de sua formação política, conduzindo-o gradativamente, ao desejo da beleza e do bom.
ARISTÓTELES
      Trata a questão da arte como questão biológica:
      Gêneros e espécies artísticos;
      Representam traços próprios;
      A arte pode ser classificada.
      Exemplo: gênero = atividade humana
      Espécie= práxis e poiesis
      MIMESIS para Aristóteles é aquilo que representa com verossimilhança, as ações humanas, a natureza.
      O verossímil obedece ao conjunto de crenças da comunidade em que surge a obra artística;
      A mimesis não é uma cópia fiel da realidade como aparece em Platão, mas a transfiguração da realidade pelo talento do artista, mantendo o resultado verossímil.
      Embora acredite como Platão, na necessidade de chegarmos à verdade, à beleza e à justiça, como ideais supremos, Aristóteles considera que o caminho para isso é a realidade sensível ao qual se revela aos nossos olhos por meio da ciência e da linguagem.
Segundo Aristóteles
Imitar é:
      Comparar;
      Traçar paralelos
      Demarcar diferenças e semelhanças.
      Amimesis e o prazer, em si mesmos, não tem valor moral. Imitar é uma tendência natural e prazerosa: imita-se o que é bom e o que é mau.
Catarse
Experimentar emoções mas não verdadeiramente
Público
e
Obra = que age sobre nossos sentimentos
O afastamento provocado pela mimesis é validado por um pacto de ficção entre o público e a obra: aceitamos entrar no jogo de faz de conta que a obra de arte exige e, nesse jogo, a obra age sobre os nossos sentimentos, provocando um alívio, uma catarse.
DISCURSO NEOPLATÔNICO
      Separa o belo da tríade belo x bem x verdade e lhe dá um lugar próprio.
      O belo como ideia específica;
      O belo manifesta-se na terra, em especial, por meio da arte;
      A arte permite a visão do todo, e a beleza é a chave de sua compreensão;
      Para Plotino, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, o pensamento do artista dá forma ao belo, contribuindo para elevação do espírito humano, aproximando-o de Deus.
      A experiência artística é uma experiência quase mística.
Como encontrar beleza na obra de arte?
      A beleza relaciona-se com a proporção e a ordem;
      Considerar como obra artística é relacioná-la a um conceito de “ordem ideal” que recebe iluminação divina;
      Valores para os neoplatônicos:
1.      Integridade
2.      Perfeição
3.      Harmonia
4.      Devida proporção
5.      Luminosidade
IMMANUEL KANT (1724-1804): UM LUGAR PARA O PRAZER ESTÉTICO
      A burguesia financiava e consumia as produções artísticas;
      Crescimento das cidades nos séculos XVIII e XIX;
      Obras de artes espalhadas e valorizadas pelo mundo todo;
      Surgiu o questionamento: do que eu preciso para encontrar a beleza na obra de arte?
1.      Raciocínio?
2.      Ética?
3.      Bondade?

Kant considerava a Intuição= juízo a partir da capacidade imediata humana.
·         Capacidade imediata humana:
i.      Distinguir
ii.      Refletir
iii.      Emitir opinião ou juízo estético.
iv.      Imaginação e entendimento.

Juízo do gosto estético= cooperação entre imaginação e entendimento.
X
Outros juízos

Kant acredita na Experiência Estética:
      Considerar algo belo produz contentamento interior;
      A experiência estética produz um sentimento de beleza que abra um novo espaço, que não tem relação com as necessidades biológicas, nem com o dever e nem com o conhecimento;
      O prazer não é intelectual mas subjetivo e sensível;
      A experiência estética acomoda o juízo da razão;
      O prazer sentido diante da obra de arte é uma emoção que traz a plenitude do conhecimento humano;
      Julgamento da beleza se dá na imediatez.





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