CAPÍTULO 1: A BUSCA PELA
COMPREENSÃO DA ARTE
• Como,
aparentemente, nada diferencia uma obra de arte daquilo que não a é, alguns
filósofos concluíram que, simplesmente, arte é algo que não se pode definir. Um
desses foi o austríaco Ludwig Joseph Wittgenstein, 1889, Viena. Sua teoria está
descrita no livro “Investigações filosóficas”.
MARTIN HEIDEGGER
(1889-1976)
• [...]
mas como ter certeza de que são mesmo obra de arte que submetemos a tal
contemplação se não sabemos de antemão o que é a própria arte?
• De
acordo com Heidegger “O ser existe a partir do momento que está aberto a
compreensão”.
LUDWING J. J.
WITTGENSTEIN (1889-1951)
• Arte
simplesmente não se pode definir.
• Saber
o que é arte não é aprender uma essência que existe em todas as obras de arte,
mas ser capaz de reconhecer, descrever e explicar aquelas coisas a que chamamos
“arte” em virtude de certas similaridades entre si, ou seja, de “um ar de
família”.
FILÓSOFO FRANCÊS ALAIN
(1868-1951)
Todas
as artes assemelham-se a espelhos nos quais o homem conhece e reconhece algo de
si mesmo que antes desconhecia.
ALAIN,
(Émile Chartier). SystemedesBeaux-Arts. Paris: Gallimard, CollectionIdées, n.
37. 1963.
PLATÃO:
SOMENTE A IDEIA DE BELO É REAL
• Os
seus comentários sobre arte influenciaram a compreensão do assunto no Ocidente;
• Se
inspirou em Sócrates, que foi seu instrutor, discípulo;
• Dizer:
“Isso é belo” não significa dizer que “é arte”!
• As
atividades humanas devem ser avaliadas pela sua utilidade, de acordo com a sua
função.
Belo
x
Arte
Platão
desconfiava do caráter imitativo das expressões de arte.
• Platão
foi o primeiro a levar em conta que a arte provoca reações no público e
que tais reações não podem ser consideradas ou deixadas de lado.
Imitação
é perigosa segundo Platão
1º motivo:
• Pode
torna-se um hábito e o artista querer imitar tudo;
• Afasta-nos
do mundo das ideias e conduz as emoções momentâneas, que enfraquece o caráter.
2º motivo:
• está
relacionado ao sensível, aos sentidos, a sensualidade, as emoções e ao afeto. O
público julga a arte não pelo que é bom e verdadeiro mas pelo prazer que ele causa.
[...] o gosto e o prazer não são conceitos confiáveis.
Platão
defendia....
• Nada
pode ser considerado belo se não for verdadeiro e bom;
• Nada
bom e belo pode existir se não for verdadeiro;
• Nada
é belo e verdadeiro se não for bom.
• A
beleza deve obedecer aos princípios da moral e da filosofia.
• Deve
ser moral e fisicamente belo;
• A
arte deve estar a serviço da formação do indivíduo, em especial, de sua
formação política, conduzindo-o gradativamente, ao desejo da beleza e do bom.
ARISTÓTELES
• Trata
a questão da arte como questão biológica:
• Gêneros
e espécies artísticos;
• Representam
traços próprios;
• A
arte pode ser classificada.
• Exemplo:
gênero = atividade humana
• Espécie=
práxis e poiesis
• MIMESIS para
Aristóteles é aquilo que representa com verossimilhança, as ações humanas, a
natureza.
• O
verossímil obedece ao conjunto de crenças da comunidade em que surge a obra
artística;
• A
mimesis não é uma cópia fiel da realidade como aparece em Platão, mas a
transfiguração da realidade pelo talento do artista, mantendo o resultado
verossímil.
• Embora
acredite como Platão, na necessidade de chegarmos à verdade, à beleza e à
justiça, como ideais supremos, Aristóteles considera que o caminho para isso é
a realidade sensível ao qual se revela aos nossos olhos por meio da ciência e
da linguagem.
Segundo
Aristóteles
Imitar
é:
• Comparar;
• Traçar
paralelos
• Demarcar
diferenças e semelhanças.
• Amimesis e o prazer, em si mesmos, não
tem valor moral. Imitar é uma tendência natural e prazerosa: imita-se o que é
bom e o que é mau.
Catarse
Experimentar emoções mas não verdadeiramente
Experimentar emoções mas não verdadeiramente
Público
e
Obra = que age sobre nossos sentimentos
O
afastamento provocado pela mimesis é
validado por um pacto de ficção entre o público e a obra: aceitamos entrar no
jogo de faz de conta que a obra de arte exige e, nesse jogo, a obra age sobre
os nossos sentimentos, provocando um alívio, uma catarse.
DISCURSO NEOPLATÔNICO
• Separa
o belo da tríade belo x bem x verdade e lhe dá um lugar próprio.
• O
belo como ideia específica;
• O
belo manifesta-se na terra, em especial, por meio da arte;
• A
arte permite a visão do todo, e a beleza é a chave de sua compreensão;
• Para
Plotino, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, o pensamento do artista dá
forma ao belo, contribuindo para elevação do espírito humano, aproximando-o de
Deus.
• A
experiência artística é uma experiência quase mística.
• A
beleza relaciona-se com a proporção e a ordem;
• Considerar
como obra artística é relacioná-la a um conceito de “ordem ideal” que recebe
iluminação divina;
• Valores
para os neoplatônicos:
1. Integridade
2. Perfeição
3. Harmonia
4. Devida
proporção
5. Luminosidade
IMMANUEL KANT (1724-1804):
UM LUGAR PARA O PRAZER ESTÉTICO
• A
burguesia financiava e consumia as produções artísticas;
• Crescimento
das cidades nos séculos XVIII e XIX;
• Obras
de artes espalhadas e valorizadas pelo mundo todo;
• Surgiu
o questionamento: do que eu preciso para encontrar a beleza na obra de arte?
1. Raciocínio?
2. Ética?
3. Bondade?
Kant
considerava a Intuição= juízo a partir da capacidade imediata humana.
·
Capacidade imediata
humana:
i. Distinguir
ii. Refletir
iii. Emitir
opinião ou juízo estético.
iv. Imaginação
e entendimento.
Juízo do gosto estético= cooperação entre
imaginação e entendimento.
X
Outros juízos
Kant
acredita na Experiência Estética:
• Considerar
algo belo produz contentamento interior;
• A
experiência estética produz um sentimento de beleza que abra um novo espaço, que
não tem relação com as necessidades biológicas, nem com o dever e nem com o
conhecimento;
• O
prazer não é intelectual mas subjetivo e sensível;
• A
experiência estética acomoda o juízo da razão;
• O
prazer sentido diante da obra de arte é uma emoção que traz a plenitude do
conhecimento humano;
• Julgamento
da beleza se dá na imediatez.
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